sábado, 24 de outubro de 2009

FEBO


No céu um astro que brilha,
Feito olhos de minotauro,
Feito fogo de homem selvagem.
[...]
No céu um astro que brilha incansável.
Intermináveis fiapos de luz,
Que chicoteiam minha face.
[...]
No céu um astro, que brilha feito amor diurno,
Algo profundo algo atômico,
Astro que brilha feito recém nascido. Feito plumagem de anjo.
[...]
No céu um sol que talvez não brilhe um dia,
Que talvez não queime um dia,

Que talvez não nasça.

(Leandro Goulart de Freitas)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Lilith








A dama da noite tem nome de demônio,

Não é mulher não é homem

É coisa misteriosa.
A dama da noite. Senhora das trevas,
Voa na relva dos corações amaldiçoados.
Ela vagueia nos sonhos na carne selvagem,
Seu poder esta na escuridão. Nos ritos sagrados.
A dama da noite é rainhas dos sortilégios,
Detentora secreta do suco da morte.
Caça feita loba na selva bebe setenta o sangue mortal.
A dama da noite,
Responde o chamado o mais puro pegado, o mais puro veneno.
Venha criatura beber o meu sangue,
Pois sou eu quem mata, sou eu quem more,
Sou eu quem sangra.
Venha criatura,
Meu anjo condenado,
Mergulhe seu pecado no meu corpo sem luz.
Por que eu não tenho nome e você salvação.
Somos o legado,
Os filhos do pai os folhos do cão!

LEANDRO GOULART DE FREITAS


 








quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ENGRAMA


Talvez, esse tempo [“agora”] nuca existisse,
Talvez não fosse aquela musica aquela dança,
Ou aquela lembrança evocada do passado.

[...]

Talvez não precisasse enlutar meus olhos,
Se, em outrora tivesse sorrido,
Talvez se tivesse vivido [“agora”] bastaria apenas recortar,

[...]

Mais tudo foi passando com uma tempestade,
Os olhos cerrados, á mente calada. Não houve tempo de resgate,
Não houve tempo de olhar para traz,

[...]

Não há martírio quando se é feliz,
Mais há sempre dor quando se tem apenas sonhos,
Talvez se houvesse mais força, haveria menos suplicio.

[...]

Talvez o implacável destino fosse esse drama,
Essa cama de gato, onde passado e lembranças se intercalam,
Promovendo a imagem de um ser oportuno.

[...]

Talvez eu seja realmente necessário,
Aqui [“agora”],
Talvez não fosse apenas recordação,
Fosse marca ferida, cicatrizada na historia.

LEANDRO GOULARTT