sábado, 12 de setembro de 2009

FOLHA QUE BALANÇA



Folha que balança.
E despenca vagarosamente como meus pensamentos,
Folha que balança,
E cai silenciosamente, numa tarde de outono.
Folha que balança.
No coração engano, engano e dissabor,
Nos olhos, ânsia,
E ao fundo só mais uma tarde de outono e folha que balança.
Folha, única folha que balança.
Desliza mansamente, pés de bailarina,
No passado lembrança,
E ao fundo só mais uma calma tarde de outono e uma folha que balança.
Folha, reflexo singular, imagem adormecida,
Instante em que nada se entrega,
Ao meu redor uma selva e ao fundo,
Ao fundo só mais uma velha e calma tarde de outono e uma folha envelhecida.
Leandro Goulart

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

ANATHEMAS.


A noite todo fico acordado,
Com os olhos arregalados,
Observando pela vidraça da janela,
Uma sombra que deslizar, por entre galhos e  escuridão.


Sei também que ela me finta por aquele espelho irrefletido,
Afim de uma brecha, de uma fenda no meu coração.
Ela procura por mim, por meus sonhos.
Ela sabe que não posso sonhar.

Sabe que não posso fechar os meus olhos,
Sabe que não posso sentir a brisa fina das noites enluaradas,
Sabe sempre onde estou, sente o meu cheiro.
Sei que sou presa. Preso sempre nessa maldição.

Não me pergunte quem ela é de onde veio,
Eu não sei! Só sei que és sombras.
Vive entre o mundo dos sonhos e o da dor.
                                  Eu apenas a conheço com ANATHEMAS.

Leandro Goulart
7/9/2009
11:17:07