De onde venho assim tão solto de pés descalço tão leve armado apenas do acaso?
Talvez de outra vida de algum livro afantasia de algum conto.
De onde venho tão solto, qual virgem sonho, corpo celeste, qual alforria?
Donde? Donde?
Talvez de algum lugar distante
Onde as sementes brotam com maior facilidade
Ou de algum coração pulsante que fez de seu oco minha morada
De onde venho assim tão desprovido do perigo, tão ingênuo?
Talvez do fim do mundo
Onde o estranho absurdo não é tão estranho assim
Ou talvez venho do nada onde o principio se acaba
E começa no mesmo estante
Donde?
Donde?
Donde será que venho?
Leandro Goulart
*"Tenho em mim todos os sonhos do mundo e todos os pesadelos também"