terça-feira, 9 de março de 2010

Polar

Por que não me cansa esses meus versos?
Se há tempos não me andas tão intimo
Por que, se já não tenho mais a inspiração d’outras vidas?

Daquelas quais descrevia em tons de esmarim
Daquelas quais buscava lúdico resposta
Na psique d’outros poetas

Por que ainda insisto nessa inútil enredo?
[Nesse meu leviatã desejo de penetrar em outra esfera?]
Por que não me cansa esse meu prosar, se o outro não ávido de minhas idéias?

Ando quebranto, em qualquer canto enganado-me por enganar
Ando estranhado esses meus versos como quem se estranha no espelho
Perguntando-me se o que vejo, é o que sou ou o que era

Leandro Goulartt
"Feliz perplexidade"