sábado, 24 de abril de 2010

N´alma

Como que n´alma sim
Um estalo luzes de festim
De pássaros pérfidos, viagens

Segredos, desejos que duram
O breve momento de desejar

Como que na vida não, se assim por entre cacos ser partir
Meus sonhos sacros, profanos ?


Desconheço meus astros meus laços
teu visgo sua descendente maldição

Como que na da dança os pés balança
E deslizam a carne mansa os dedos cheios de pecado?

Horas

Auroras boreais, sangue escarlate
Agressivos tons de musicas de cores

E fico assim
Jeito simples de sentir

Essa flecha essa alcança que traspasse minha calma
Perfurando apenas meu coração
Deixando intacta minha alma

Leandro Goulartt

E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
Miguel Sousa Tavares

terça-feira, 20 de abril de 2010

Na “vista” de um “ponto”

o
Na quina na esquina na chapada diamantina  na savana africana
No deserto arizôna na camada de ozônio na floresta Amazônia
 No retrato de criança ou na panela de mingau

Na partida retalhada na estrada, bifurcada
Na arte literária ou na arte de viver

No comércio desleal no espaço escomunal  na antena da TV
Na musica protestante no reflexo diamante
Na chuva de granizo ou na chuva de unção

Na trova de um bobo no recado de um louco
Na taça de licor na gaiola de um pássaro
No espaço de um abraço ou na cadeia alimentar

Na hora de acorda no pensar de um falar no estar obrigação

Na vista de um ponto
Na ponta de uma língua
No ponto de interrogação

Leandro Goulart
"Todo ponto de vista e a vista de um ponto"

Natureza Morta

Mescla a terra um som de musica,
Com seus tons naturais de trovoes raios e chuva,
Com seu cheiro de cova exumada

Mescla os emaranhados astros intergalácticos
Um show de explosão de cores no espaço
Com seus olhos vivos, sobressaltados sobre a sombra de um tempo exacerbado

Em que lugar infinito se sustenta teu grito, sua palavra redimida?
Onde você brinca você se suja?

O tempo perdido está estampando na face.
Foi no espelho que vi meu rosto maltratado
Minha pela surrada meu olhar adormecido

Mescla o destino uma tragédia, aquilo que evapora feito idéia
Que some torna se lembrança
Que passa por nuanças e nunca mais volta

E a essas misturas de coisas incompreensivas...
Dou o nome de; Natureza morta!

Leandro Goulartt
 
Se uma planta não consegue viver de acordo com sua natureza,
 ela morre, assim também um homem.
Henry David Thoreau