Paulo Coelho: nem precisa dizer que a vida dele daria um livro. Já deu.
Com obras publicadas em 160 países e adorado em todo o mundo, Paulo Coelho não teve medo de abrir seu baú (literalmente, já que ele tinha um baú com diários guardados desde a adolescência) e revelar momentos não muito gloriosos de sua lenda pessoal – como ele mesmo costuma escrever. Momentos esses que contribuíram para que ele chegasse aonde chegou e se tornasse o maior fenômeno editorial brasileiro, com mais de 100 milhões de livros vendidos em todo o mundo. Em “O Mago", de Fernando Morais, que chega às livrarias neste sábado, 31, estão lá o envolvimento com as drogas, com o satanismo e todo o tipo de magia, e também passagens pouco conhecidas de sua vida, como aquela em que ele apóia uma namorada, atordoada depois de abortar um filho dele, a tentar o suicídio. “Estou muito chateado por ter interrompido tão importante processo. Se você decidiu morrer, vá em frente e se suicide”, disse ele para Adalgisa Eliana Rios de Magalhães, a Gisa. Apesar da aparente frieza, a resposta de Paulo fazia de uma teoria sua na qual era preciso desafiar o Anjo da Morte e vencê-lo para viver em paz. Deu certo.
Homossexualismo e casamento compartilhado
A capa do livro de Fernando Morais: 632 páginas de histórias do mago
O medo da repressão política dos anos 60, e até um quadrilátero amoroso vivido por ele, sua mulher Cissa, uma amante japonesa de nome Keiko e o produtor musical Peninha (não o cantor) fazem parte da biografia do escritor. Fernando Morais também fala das experiências homossexuais de Paulo Coelho durante a juventude em uma fase povoada de dúvidas sobre sua sexualidade. Sem saber se era ou não gay, ele decidiu experimentar. Tentou por três vezes, foi rejeitado em uma, por um garoto de programa, e teve dois envolvimentos com colegas de teatro. Todos desconfortáveis para ele, diz o livro, mas eficazes para provar que aquela não era a praia do mago.