sábado, 12 de setembro de 2009

FOLHA QUE BALANÇA



Folha que balança.
E despenca vagarosamente como meus pensamentos,
Folha que balança,
E cai silenciosamente, numa tarde de outono.
Folha que balança.
No coração engano, engano e dissabor,
Nos olhos, ânsia,
E ao fundo só mais uma tarde de outono e folha que balança.
Folha, única folha que balança.
Desliza mansamente, pés de bailarina,
No passado lembrança,
E ao fundo só mais uma calma tarde de outono e uma folha que balança.
Folha, reflexo singular, imagem adormecida,
Instante em que nada se entrega,
Ao meu redor uma selva e ao fundo,
Ao fundo só mais uma velha e calma tarde de outono e uma folha envelhecida.
Leandro Goulart

Um comentário:

  1. O outono é triste e funcundo.
    As folhas que caem viram adubo para novas estações.
    Parece o fim, mas é só mais uma passagem, mesmo para nós aqui, debaixo do equador e de outras linhas imaginárias.

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