quarta-feira, 7 de março de 2007

ALEISTER CROWLEY

Edward Alexander Crowley ou “Aleister Crowley”, como se tornou conhecido mais tarde, nasceu de família puritana e imersa no fundamentalismo cristão da seita conhecida como “Irmãos de Plymouth”.Dotado de inteligência viva, mente inquisitiva e imaginação fértil, o menino logo se viu tolhido pelos princípios rígidos da intolerância religiosa e tamanha oposição acabou gerando nele irreprimível aversão ao cristianismo.
Talvez como contraponto, esta situação tenha ajudado a fazer dele o rebelde contestador que conhecemos, sempre disposto a romper com tradições que o aprisionassem. E fez isso de maneira sui generis.. Mago ou não, desde cedo Crowley envolveu-se em situações nada ortodoxas, bem pouco usuais para os moldes de sua época (e o seriam até para os padrões de hoje) e se viu envolvido em um sem número de fragorosos escândalos. Escândalos que, aliás, jamais o abalaram, pois desde cedo compreendeu o valor da publicidade. Principalmente a gratuita...
E falava-se muito dele: “Insaciável atleta bissexual”, “proxeneta, que vivia dos lucros imorais de suas mulheres e amantes”, “satanista”, “pornográfico” (por conta de alguns de seus escritos), “traidor da Pátria” (na guerra de 1914-1918) e “toxicômano, que consumia diariamente doses de heroína capazes de matar um cavalo”.Com certeza , foi mesmo um pouco disso tudo, principalmente quando se leva em conta seu gosto pelo dramático e suas habilidades teatrais, dirigidas para a autopromoção... Entretanto, seus biógrafos jamais deixam de ressaltar que, ao lado disso, havia aspectos de sua personalidade francamente notáveis. Era capaz, por exemplo, de prestar grandes favores sem esperar qualquer tipo de recompensa.Virtude rara...
Ao contar vinte e anos poucos, Crowley ingressou na fraternidade ocultista “The Golden Dawn” ou "Aurora Dourada", uma sociedade secreta relativamente recente, fundada em Londres, em 1888, mas que daria grande impulso ao ressurgimento da Magia Ocidental. O grupo ocupava-se (entre outras atividades) em estudar a Cabala e o Tarô.
Seria interessante ressaltar que, na Inglaterra do século XIX, as sociedades secretas despertavam muito interesse e curiosidade entre as pessoas pertencentes às classes sociais mais elevadas e exercia enorme fascínio sobre elas. Assim, não eram raros os aristocratas ricos ou os intelectuais que costumavam se filiar a este tipo de ordem. Foi o caso do grande poeta W.Yeats, mais tarde, um dos seus dirigentes.

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