domingo, 16 de novembro de 2025

Soneto Sombrio da Dor



A dor veste meu corpo como um manto, frio, pesado, eterno em sua vigília; sussurra aos ossos um lento pranto, e arrasta a alma para a mesma trilha.

É fera muda, oculta em cada canto,
que morde o peito e nunca se aniquila; anda na sombra, cresce enquanto eu canto, e bebe a paz que em mim ainda cintila.

Quando a noite cai, ela desperta funda, abre seus olhos negros sobre os meuse faz da solidão a própria tumba.

Mas sigo vivo — embora ela me queira seu: A dor me cerca, reina e se aprofunda, mas não me apaga, por mais que seja breu.

Leandro Goulart 

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